Há cidades que encantam quando vistas de cima. E outras que surpreendem ao rés do chão. Porto Alegre enquadra-se no segundo grupo. É formada por áreas planas e baixas que imprimem uma geografia diversificada à sua topografia e fazem dela um lugar especial.
Se não temos arranha-céus e megaobras para admirá-la das alturas, há várias opções para apreciá-la aqui de baixo. Basta olhar no seu entorno. A intervenção natural é sutil, mas de beleza peculiar. Um anel de pequenos morros de cumes arredondados emoldura sua paisagem. Do topo, em meio à vegetação campestre, é possível observar os extremos da capital e, em dias de céu limpo, até municípios vizinhos.
Com 496,6 quilômetros quadrados de área e 1,484 milhão de habitantes, Porto Alegre é a décima capital mais populosa do país. Banhada pelas águas do Rio Guaíba, ela abriga, no bairro Arquipélago, 16 ilhas, canais, pântanos e charcos que integram o famoso Delta do Jacuí.
Vistos do rio, que alguns passaram a chamar de lago, os grandes armazéns amarelos do cais lembram sua origem portuária, mas é a orla seu cartão-postal mais generoso, fonte de inspiração para músicos, escritores e poetas. Do Gasômetro, no Centro Histórico, até o calçadão de Ipanema, na zona sul, a extensão da faixa de água doce preserva uma paisagem extraordinária para contemplar sem pressa em dias luminosos ou quando a noite cai. Neste Porto que já foi dos Casais, em alusão à chegada de imigrantes portugueses vindos dos Açores no final do século 18, namorados em busca de uma recordação romântica elegem o entardecer à beira do rio para emoldurar na memória.
A escolha tem um motivo especial:
– Ver o Sol se despedir para dar lugar a noites estreladas.
Com esse cenário ao fundo, que brilha e enche o Guaíba de cor, Porto Alegre deixa a todos fascinados!
Fotos: Cláudio Farias